quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amante exigente

Durante muito tempo eu me preparei para encontrá-lo. Um ano, ou mais. Sonhava com o dia em que o teria em minhas mãos, com o momento em que estivéssemos frente a frente, apenas nós dois, ignorando todos a nossa volta.

Com a proximidade do nosso encontro, fui consumida por uma forte tensão. Não dormira bem durante a noite e de manhã, o nervosismo pareceu que me mataria. Fui em direção a um endereço desconhecido: rua Taquara, Miguel Couto, abandonando a Monte Verde de Comendador Soares, onde sempre imaginava o dia em que nos veríamos e ensaiava o que fazer para não errar.

Com o medo do atraso, corri debaixo da chuva fina e atravessei o portão. Queria logo tê-lo, acabar com aquela ansiedade, saber o que estava por vir. E assim foi. Finalmente o vi novamente. Cara a cara. Ele, enigmático; eu, esperançosa.



As horas que tínhamos me pareceram minutos e logo tive que dizer adeus. Não posso mentir que fiquei satisfeita. Houve entre nós uma conexão e achei que foi muito melhor do que pensei que pudesse ser. Tive que ir. Estava exausta física e mentalmente. Deixei-o sem olhar para trás. Me sentia vitoriosa, mas não o queria mais. Basta. Sua espera me gerou muito ardor e nosso encontro consumiu minhas energias. Definitivamente, não queria mais me sujeitar àquilo.

No entanto, horas se passaram e soube que aquele não poderia ser o fim. “Por quê, meu Deus, por quê? Eu não aguento mais! Chega dessa prova de resistência! Chega desse castigo!” Mas não houve outro jeito. Agora, com muito pesar, espero pelo dia que em breve chegará. Mais uma vez farei o ENEM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário